segunda-feira, 23 de maio de 2011

A BESTA DE GÉVAUDAN

Olá, como estão?

Como havia prometido no Post GAROTA DA CAPA VERMELHA – FILME, trouxe à vocês a História da Besta de Gévaudan. Com a qual, até comentem, que tinham algumas semelhanças com o Filme (e possivelmente com o Livro, também).

É interessante, por que não é uma Lenda ou Mito, é um fato que se consumou na França. E até hoje não se sabe ao certo o que era a criatura.
Acredito que foi esse acontecimento que deu origem a alguns aspectos da Lenda do Lobisomem, entre eles, o que diz respeito a Bala de Prata.

Então, vamos à História!


FRANÇA – SÉCULO XVIII

Entre 1764 e 1767, a província de Gévaudan (no atual distrito de Lozère) foi aterrorizada por um estranho e misterioso animal. O primeiro relato foi de uma moça que trabalhava em uma fazenda em Langogne, que diz ter avistado um imenso animal na forma de um lobo correr em sua direção. Ela só sobreviveu com a ajuda dos touros que mantiveram a fera afastada que acabou retornando. O fato é datado de Junho de 1764.
Uma curiosidade, é que grande parte dos ataques, mortes e aparições da tal besta foram vatamente documentadas pelas autoridades da época.
Em grande parte dos depoimentos ela foi descrita como um grande lobo, do
tamanho de uma vaca, com um peito largo, uma cauda longa e fina com pelos na ponta (como de um leão), cabeça como de um galgo (cão da Gália) com enormes presas. A incrével capacidade do animal de dar pulos de quase dez metros também foi relatada.
Fato estranho é que a criatura atacava na maioria das vezes mulheres e crianças, fazendo os homens duas raras vítimas. Outra característica curiosa era de que não tinha o hábito comum de outros predadores, como de atacar primeiramente as pernas da vítima para poder imobilizá-las e depois a garganta matando-as. E sim, mirando diretamente na cabeça das vítimas.
O gosto por humanos era claro, pois a presença de outros animais era geralmente ignorada, mesmo que sendo presas mais fáceis.

Durante quase um ano, o número de vítimas foi apenas aumentando sem que as autoridades locais pudessem conter a fúria da criatura. Nesse período, mais e mais relatos foram se acumulando, de caçadores que teriam encurralado a criatura e a ferido com tiros diversas vezes, mesmo que isso não tenha surtido qualquer efeito, apenas os breves segundos onde a criatura caia.
O Capitão Duhamel organizou camponeses e seguiu com a primeira grande caça à fera, porém sem qualquer sucesso, fazendo com que os relatos de que a fera era imune à balas aumentasse. Recompensas foram oferecidas, atraindo assim dezenas de caçadores para a região, que acabaram se tornando um grande inconveniente à população quanto a própria besta.

No dia 12 de Janeiro de 1765, um rapz chamado Jacques Portefaix e mais seis amigos foram encurralados pela criatura, mas conseguiram escapar, se mantendo juntos sem se dispersarem. Isso fez com que a fera recuasse.
O feito então se tornou famoso e o Rei Luis XV premiou o grupo com 300 Libras. A esta altura, como se vê, o mistério havia ganhado uma grande proporção e a atenção da maior autoridade francesa, principalmente após a morte de duas crianças pequenas.
O Rei enviou a Gévaudan o caçador Jean-Charles-Marc-Antoine Vaumesle d'Ennevel e seu filho Jean-François, considerados os dois maiores caçadores de lobos da França, com 120 lobos abatidos.
Juntando a eles estava o jovem Jacques Denis, de 16 anos, disposto a vingar sua irmã Jeanne, sobrevivente da fera, mas que acabou perdendo a sanidade, traumatizada.

Chaumette, um nobre local e seus dois irmãos também ficaram famosos por teram encurralado a fera e a ferido diversas vezes com tiros, apenas para perceberem que todas as vezes a fera voltava a se levantar e acabava fugindo, para o espanto de todos!
Após o fato, os ataques da besta foram intensificando-se cada vez mais, como se quisesse se vingar e com isso muitas vítimas foram feitas, até mesmo várias por dia! Uma delas, por incrível coincidência, era amiga de Denis, que então declarou guerra ao animal, liderando camponeses munidos de baionetas e ferramentas.
Com a ajuda de cães, encurralaram mais uma vez a fera, mas parecia ser imune aos golpes de baionetas e acabou fugindo.

Em Julho, d'Enneval acabou desistindo da caçada e voltou a Paris. Logo depois, relatos de crianças pequenas e senhoras chegaram ao Rei. Por sua vez, ele enviou o calador real Antoine de Beauterne e seu armeiro pessoal. Antoine passou as primeiras semanas desenhando mapas e se familiarizando com o local, até que em Setembro finalmente saiu em caçada à besta, com o auxílio de 40 caçadores e 12 cães de caça.
Não demorou para que encurralassem a criatura, atirando nela diversas vezes, sendo que um dos tirou acertou o olho da fera e atravessou o crânio. Mas mesmo assim, a fera se levantou e continuou atacando e mais tiros se seguiram. E a besta finalmente tombou! Beauterne voltou para Versailles com a fera empalhada, onde ganhou dinheiro, terras, título e prêmios.

O animal foi então avaliado com cuidado. Era um raro e imenso tipo de
lobo, com mais de 1,80m de comprimento, 65 quilos, uma enorme cabeça e presas de quase 4 centímetros. Uma euforia enorme se seguiu pela morte da fera, mas muitos camponeses temiam não ser o fim.
A outra irmã de Jacques Denis, Jullienne, era uma das que não acreditava, repetindo constantimente: “Ela está viva, eu sei! Está me observando das sombras! Ela vem me buscar, eu sei!” Luis XV decretou que fosse proibido voltar a falar da besta, o que silenciou o alrme da Gévaudan.
Isso não mudava o fato de que os ataques continuavam, e Jullienne sumiu no dia de Natal, para nunca mais ser vista.

Alguns desaparecimentos se seguiram, mas não podia-se confirma a ligação dos casos com ataques da besta, e o ano de 1766 foi relativamente calmo. Mas no ano seguinte, as mortes recomeçaram de forma furiosa. Mas por causa do decreto real, as famílias evitavam fazer os relatos e as autoridades não registravam.
Em 19 de Junho de 1767, um nobre local organizou uma nova caçada. Jean Chestel, amigo de Jacques e Jullienne se juntou aos caçadores, armado com sua espingarda e balas de prata. Chestel armou uma tocaia junto dos demais caçadores e esperou pela fera co seu livro de orações aberto.
Era um lobo incrivelmente grande, semelhante ao anterior. Dentro dela foram encontrado restos de uma menina desaparecida. A criatura foi embalsamada e exibida no próprio palácio real, mas foi logo retirada devido ao mal cheiro, que cresciam dia a dia.
Uma semana depois, um outro lobo de tamanho e características semelhantes foi mor pelo caçador Jean Terrisse. Era uma fêmea e foi considerada o par da fera. E as mortes, enfim, cessara.

Durante esses três anos de medo e histeria, e pelas décadas e séculos seguintes, todo tipo de teorias foram forjadas para explicar esse estranho monstro. Castigo divino pelos pecados humanos, animal mutante, alienígena, fera pré histórica, demônio conjurado por um mago e, é claro, Lobisomem foram algumas das suposições.
Também foi cogitada a possibilidade de muitas das mortes terem sido causadas for algum animal africano (e desconhecido pelos europeus) que fugiu do cativeiro. Uma teoria que se aproxima bem da realidade, mas não muito difundida, é a de que não eram apenas uma ou duas, mas diversas criaturas, o que explica os diversos relatos onde a besta parecia se mover com velocidade sobrenatural e até mesmo estar em dois lugares ao mesmo tempo.
Há alguns relatos em que fica claro a presença da fera sendo acompanhada de um par ou filhote. Existe também uma teoria mais recente que especula que tudo pode ter sido obra de um Serial Killer, que usava animais selvagem para poder acobertar seus crimes, já que alguns relatos indicam a presença de um misterioso homem observando os ataques ao longe.

P.S.: Texto original de Ricky Nobre.

Até mais!!!
Bjus =***

Um comentário:

Anônimo disse...

acho esse assunto extremamente interessante.No momento estou em pesquisa para o romance que lançarei em breve,onde a besta será a vilã e protagonista.gostei muito do texto,muito bem formulado.Parabéns!

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